Lunda Tchokwe

Os Tchokwe / Chokwe desfrutam de uma admirável tradição de esculpir máscaras, esculturas e outras figuras. A sua arte inventiva e dinâmica, é representativa das várias facetas inerentes a sua vida comunitária, dos seus contos míticos e dos seus preceitos filosóficos. As suas peças de arte gozam de um papel predominante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem para a fase adulta, a celebração de uma colheita nova ou ainda o início da estação de caça. O nome Tshokwe apresenta algumas variantes (Tchokwe, Chokwe, Batshioko, Cokwe) e, entre os portugueses, ficaram conhecidos por Quiocos . "Nesta pagina podemos usar qualquer variante do nome Tshokwe (acima referido)"

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Tradutor/Translation

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Nossa Terra Nossa Pátria

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Mungonge e Ciwila

As iniciações dos adultos são chamadas mungoge, para os homens (30 anos), e ciwila, para as mulheres (31 anos). São provas de força de carácter e de resistência fisica ás quais se submetem  livremente. Elas são secretas para os não iniciados, bem como o seu vocabulário proprio. A duração das provas é de uma noite: começando às oito horas da noite e terminando às nove da manha. Na altura de mungoge, um terreno retangular, denominado zemba, é desbravado e fechado no mato; numa das suas extremidades é delimitado um espaço, pela poliçada mayila, da altura de um homem,  plantada em arco de circulo. Aí colocam-se, chegada a noite, o grupo de notáveis myata (sing. Mwata), bem como o Mbongo, que se sentam á volta de uma fogueira, kahia; e perto de um segundo fogo, o grupo dos afu a zemba, encarnando o esoirito dos mortos. Na outra extremidade do zemba, os candidatos myali (sing. Mwali) reunem-se á volta de uma terceira fogueira, feita perto dos espiritos ancestrais, os mahamba Sabanza e Nambanza, representados por dois pequenos montivulos em forma de crecentes, que são decorados por penas de galo, em leque, que lhe foi sacrificado, com a oferenda do seu sangue e de papas de mandioca.

Curvados, com a cabeça contra o solo, os myali aguardam a chegada dos espiritos dos mortos. Os afu a zemba, pintados com argila branca, pemba, abandonam o abrigo da paliçada mayila, contornam o exterior do zemba, avançando de cócoras, um atrás do outro, gritando, e penetram sob a forma duma comprida serpente branca no cercado do lado dos candidatos myali.
Aterrorizado, eles deverão suportar sem se defender, as violencias das almas do outro mundo, durante toda noite e que só terminarão com o despontar do dia, com a aparição fantasma da ave pernalta Mbongo.
 Completamente nu e esbranquiçado de pemba, o Mbongo enfiou o seu chapeu cónico leve lunguwa, depois de ter cuspido no interior um medicamento mágico, que aplicou igualmente sobre as andas mapaya, muito altas, para evoluir sobre elas sem acidentes.
 O Mongo é assistido por dois ou tres yikayi (Sing. Cikayi) montados sobre as andas mais baixas.

  • “O colaborador Muacefo  não pareceu estar inteiramente ao corrente da ciwila das mulheres”.
  • Segundo ele, os afu a zemba e os yikayi femeninos tambem ali participam,à excepção da ave pernalta Mbongo.