Em declarações à Agência Lusa, o secretário executivo da CGSILA, Francisco Jacinto, disse que a medida do Governo deveria ter tido em conta o aumento salarial da função pública, que, este ano, foi de apenas 5,4 por cento.
“O Governo de Angola pode vir dizer que nem todos os angolanos têm carros, mas é preciso também ter em conta que muitas pessoas ainda não têm o fornecimento de energia eléctrica, que as pessoas vivem de candeeiros e geradores e que, para isso precisam de combustível”, disse Francisco Jacinto.
Em Angola, está em vigor, desde quarta-feira, uma nova tabela de preços dos combustíveis, que elevou o preço da gasolina de 40 Kwanzas (0,3 euros) o litro para 60 Kwanzas (0,5 euros), uma variação de 0,5 por cento, e o do gasóleo, que passou de 29 (0,25 euros) para 40 Kwanzas (0,3 euros), uma variação de 0,37 por cento.
Um comunicado do Ministério da Coordenação Económica de Angola esclarece que esse reajuste não abrangeu o petróleo iluminante, o gás de cozinha e outros derivados do petróleo, acrescentando que o aumento do preço da gasolina e do gasóleo, decorre do estabelecido no Orçamento de Estado 2010 revisto, que contempla a redução dos subsídios, aos combustíveis em 20 por cento, numa base anual.
Segundo Francisco Jacinto, essa medida do executivo angolano que, “de maneira nenhuma, a CGSILA concorda com ela”, vem contribuir “claramente” para “agravar ainda mais o quadro social dos trabalhadores angolanos, caracterizado por um fraco poder de compra”.
O director nacional do Gabinete de Acompanhamento da Gestão Macroeconómica do Ministério da Coordenação Económica, Carlos Panzo, admitiu que a medida “vai ter algum impacto sobre a inflação, mas que acontece apenas nos primeiros momentos, esgotando-se ao longo do tempo”.
Por sua vez, o presidente da Associação de Taxistas de Luanda (ATL), Manuel Faustino, disse que há seis meses apresentaram ao Ministério das Finanças uma proposta para o aumento da tarifa do táxi, que não teve qualquer resposta.
“Nós já vimos falando disso há um ano, mas há seis meses apresentamos uma estrutura para podermos aumentar o valor da tarifa. Agora com mais esse incremento, vamos ter que repensar numa nova proposta, em que teremos em conta primeiro os passageiros”, disse Manuel Faustino.
Actualmente, o preço estipulado pelo Ministério das Finanças de Angola para o táxi é de 50 kwanzas, todavia há algum tempo que os taxistas cobram o valor de 100 kwanzas, por causa do trânsito congestionado de Luanda e do estado das estradas, dois factores que dizem prejudicar o seu rendimento.
A directora do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), Elsa Barber, disse, em declarações à Rádio Nacional de Angola, que a sua instituição vai estar vigilante para que os comerciantes não realizem subidas de preços sem regras.
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