Populares do Cuango na Lunda Norte estão a fugir de campos agrícolas depois do aumento de denúncias de casos de rapto e morte de pessoas para tráfico de órgãos na região.
Um dos casos mais mediáticos resultou na morte de uma cidadã cujos órgãos genitais foram extraídos para suposta venda.
Há 15 dias que se instalou um clima de medo e insegurança, devido ao assassinato da cidadã Alfacina Napassa, ocorrido a 7 do corrente mês.
Um militar das Forças Armadas Angolana é acusado de ter protagonizado esta acção criminosa. O homem já se encontra a contas com a justiça, mas apesar disso a população camponesa abandonou as zonas de cultivo.
O Administrador Municipal do Cuango teme que a atitude da população venha a ter consequências económicas.
“A população está a lamentar bastante com esta insegurança que o município está a viver. Neste preciso momento não há segurança. Eu como Administrador estou inseguro” – disse José Mufongueno à Rádio Ecclésia.
“Casos como estes tiram o mérito de ser um dirigente numa determinada área. Pedimos mais intervenções neste município para tratar os problemas desse género” – acrescentou.
“A população, todo o mundo têm medo de ir à lavra cultivar. Devido a essa situação, as senhoras estão de braços cruzados. Isto nos preocupa e vai introduzir uma grande fome nesta área e a população está totalmente triste” – afirmou ainda.
Por outro lado, José Mufongueno diz haver tráfico de influência a nível dos órgãos de investigação criminal na circunscrição.
O responsável acusa mesmo o Procurador Municipal de estar a proteger cidadãos envolvidos em actos criminosos, o que aumenta ainda mais o medo dos habitantes da localidade.
“Há uma protecção por parte do Procurador. Joy (acusado de ser o comprador de órgãos genitais femininos) é um dos familiares do procurador André Vungula. Este é que está a cobrir a situação, porque o caso está em aberto. O senhor tem dinheiro está a proteger-lhe porque é família dele” – frisou.
As acções criminosas já foram repudiadas pelas autoridades religiosas locais. O Bispo do Dundo, Dom José Imbamba apela a quem de direito a tomar conta da situação.
“Pedimos que as autoridades descubram e desmantelem, quanto antes, essa rede. Aqueles que a promovem, sobretudo, aqueles que compram esses órgãos serem apresentados publicamente para que sejam conhecidos” – disse o prelado católico.
http://www.apostolado-angola.org/articleview.aspx?id=4221
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