Lunda Tchokwe

Os Tchokwe / Chokwe desfrutam de uma admirável tradição de esculpir máscaras, esculturas e outras figuras. A sua arte inventiva e dinâmica, é representativa das várias facetas inerentes a sua vida comunitária, dos seus contos míticos e dos seus preceitos filosóficos. As suas peças de arte gozam de um papel predominante em rituais culturais, representando a vida e a morte, a passagem para a fase adulta, a celebração de uma colheita nova ou ainda o início da estação de caça. O nome Tshokwe apresenta algumas variantes (Tchokwe, Chokwe, Batshioko, Cokwe) e, entre os portugueses, ficaram conhecidos por Quiocos . "Nesta pagina podemos usar qualquer variante do nome Tshokwe (acima referido)"

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Tradutor/Translation

sábado, 9 de abril de 2011

Dundo-Curiosidade-Crítica

António Spíndola, 8 de Novembro 2007-

A cidade do Dundo apesar de muito pitoresca (não sei porque coloquei essa palavra, mas falando em voz alta parece até meio ridículo, quer ver? Fale ai PITORESCO KKKK), ainda precisa melhorar a infra-estrutura. Fomos ao que indicaram ser o melhor restaurante da cidade. Esse era muito simples e a garçonete muito simpática. Fico sensibilizado, pois em lugares como esse as pessoas oferecem o que tem de melhor, valorizo muito isso. Por conta disso que afirmo que apesar de simples adorei cada momento que estive nessa cidade.



Como a intenção é falar das curiosidades, lá vai. Nesse restaurante os pratos do primeiro dia eram dois, ou fungi ou mão de vaca, só. Apesar do cardápio não ser enorme comi com muito gosto a mão de vaca. O importante nesses lugares é não ter frescura, caso contrário ta lixado (lixado = lascado, ferrado, ...).


Vamos às acomodações. O melhor e único hotel da cidade, que por uma questão de preciosismo não vou colocar o nome, tem um dono que é mais grosso que papel de enrolar prego. A criatura contamina o ambiente e por conta disso os serviços no hotel são bem ruins. É preciso colocar que a diária nesse hotel é de 130 dólares. Tem hora para apagar a luz, falta água o tempo todo, sem serviço de quarto e as baratas fazem parte do pacote. Por conta desses pequenos problemas (fala sério) fiquei em uma pousada.


Na pousada fui muito bem recebido pela dona que com aquela simpatia de interior foi me mostrar as acomodações. O preço, uma pechincha, 100 dólares sem café da manhã. Eu já sabia que estava ferrado antes mesmo de entrar no quarto, mas vamos lá. O quarto duas camas, estava até limpo. A porta não fechava muito bem em baixo e deixava passar alguns mosquitos, se não fosse a malária estava tudo certo. Então fui ao banheiro... Ai ai, deixa eu descrever... O banheiro era grande e sujo, como se diz em Recife, teia de aranha era bóia (quando uma coisa é “boia” é porque tem muito), escuro e sem luz. Uma pequena janela estava aberta e tinha tanto mosquito que desejei ter um sapo de estimação. A pior parte, além do chão sujo e o vaso sem tampa, não tinha chuveiro. No recinto apenas uma banheira suja com uma torneira para tudo, banho, escovar os dentes, barba,.. Vamos lá, só tem tu vai tu mesmo, fico com esse. Foi então que a senhora me falou do pequeno problema: - “Meu filho só tem ponto, estamos com poucas vagas e você vai ter que dividir o quarto com outra pessoa”. Nessa hora eu não agüentei, ai já é demais, sei lá quem é esse cara... Só pensava no cara roncando no meu ouvido a noite, sem falar em todos os outros inconvenientes. Respondi: - “Nem a pau juvenal”. Na verdade não respondi assim não, mas a historia ficaria melhor contando dessa forma. Disse que não, foi então que ela ia ver o que podia fazer.


Passados alguns minutos ela falou que havia outro quarto. Esse era melhor e com ar-condicionado e tudo, até que gostei e sem mosquitos. O banheiro tinha chuveiro, frio, mas estava muito melhor que o outro. Agora os problemas... O forro de cama não foi trocado, tenho certeza que dormi na poeira deixada pelo último hospede que por sinal teve suas coisas retiradas enquanto eu entrava no quarto. Nada de toalha e eu esqueci de trazer a minha, resultado, fiquei três dias me enxugando com uma camisa. No terceiro dia essa camisa estava com um cheiro, que nem eu estava agüentando. O banheiro não tinha luz e como a janela estava fechada por conta dos mosquitos eu não via nada. Em um dos banhos o sabonete caiu, rapaz que trabalho que deu par achar. Fiquei tateando com o pé e rodando feito uma barata tonta, até lembrei das brincadeiras de criança de gato mia. Estou pensando seriamente em instalar um bip no sabonete para achar mais fácil ou ainda uma luz de emergência no estilo daquelas da tropa de elite.


Por falar em tropa de elite, vou trazer o capitão Nascimento para o Dundo, tenho certeza que ele só vai realizar os treinamentos aqui, afinal, quando a pessoa chega, a placa de boas vindas deveria ter a seguinte frase: “01, pede pra sair!!!”


Tirei uma foto do meu amigo da pousada. Detalhe essa luminária tem uns 35 centímetros de diâmetro. A parti de hoje batizo ele de “Aspira”.


Fui ao maior supermercado da cidade, que fica bem ao lado do obelisco e do banco. Lá só encontrei latas, suco, água e bolacha Maria. Como na pousada não havia café da manhã e muito menos jantar, foram três dias de café da manhã e jantar a base de bolacha Maria e suco de maça. Chupa essa manga!!!


No final da viagem me levaram para conhecer o zoo da cidade. O passeio foi ótimo e pela primeira vez pude ver alguns bichos diferentes na África. Dá para acreditar que ainda hoje me perguntam no Brasil se tem leão no meio da rua em Luanda? Sem noção.


Para arrematar na porta do aeroporto encontrei algo realmente curioso. São vendidas, como um tipo de petisco, larvas assadas. Isso mesmo, larvas, elas são tiradas das inúmeras árvores da cidade, assadas e consumidas como tira gosto. Arrependi-me de não ter provado!


Insetos como tira gosto - Vai encarar?

Obrigado pela hospitalidade Dundo!

2 comentários:

David Luna de Carvalho disse...

Não são insectos, ou melhor quase não são insectos, são Macossa, insectos ainda em fase de lagarta!

Anónimo disse...

Chamam-se Macosso em Tchokwe, Katato em Kimbundo